DIA DO PAI - 19 março
A celebração da data varia de país para país. Além de Portugal, também celebram o Dia do Pai, no dia 19 de março, países como a Espanha, a Itália, Andorra, Bolívia, Honduras e Liechstenstein.
MAS QUAL A SUA ORIGEM?
Existem duas histórias sobre a origem do Dia do Pai.
Numa delas a origem da data é atribuída à americana Sonora Luise, filha de um militar que resolveu criar o Dia dos Pais motivada pela admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart.
A celebração foi ficando conhecida nos Estados Unidos e, em 1972, o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia dos Pais.
No entanto, a homenagem de um filho ao seu pai, na Babilônia, também pode ter dado origem ao dia dos pais.
Em 2000 A.C., um jovem rapaz, de nome Elmesu, escreveu uma mensagem numa placa de argila, em que desejava saúde, felicidade e muitos anos de vida ao seu pai.
A celebração do dia dos pais é comemorado em diferentes datas ao redor do mundo.
O PAI PELA LENTE DOS POETAS...
Pai, Dizem-me que Ainda Te Chamo
Pai, dizem-me que ainda te chamo, às vezes, durante
o sono - a ausência não te apaga como a bruma
sossega, ao entardecer, o gume das esquinas. Há nos
meus sonhos um território suspenso de toda a dor,
um país de verão aonde não chegam as guinadas
da morte e todas as conchas da praia trazem pérola. Aí
nos encontramos, para dizermos um ao outro aquilo
que pensámos ter, afinal, a vida toda para dizer; aí te
chamo, quando a luz me cega na lâmina do mar, com
lábios que se movem como serpentes, mas sem nenhum
ruído que envenene as palavras: pai, pai. Contam-me
depois que é deste lado da noite que me ouvem gritar
e que por isso me libertam bruscamente do cativeiro
escuro desse sonho. Não sabem
que o pesadelo é a vida onde já não posso dizer o teu
nome - porque a memória é uma fogueira dentro
das mãos e tu onde estás também não me respondes.
Maria do Rosário Pedreira, in 'Nenhum Nome Depois'
- Uma luz por entre escolhos;É ter dois olhos no mundoQue vêem pelos nossos olhos!Ter um Pai! Um coraçãoQue apenas amor encerra,É ver Deus, no mundo vil,É ter os céus cá na terra!Ter um Pai! Nunca se perdeAquela santa afeição,Sempre a mesma, quer o filhoSeja um santo ou um ladrão;Talvez maior, sendo infameO filho que é desprezadoPelo mundo; pois um PaiPerdoa ao mais desgraçado!Ter um Pai! Um santo orgulhoPró coração que lhe querUm orgulho que não cabeNum coração de mulher!Embora ele seja imensoVogando pelo ideal,O coração que me desteÓ Pai bondoso é leal!Ter um Pai! Doce poemaDum sonho bendito e santoNestas letras pequeninas,Astros dum céu todo encanto!Ter um Pai! Os órfãozinhosNão conhecem este amor!Por mo fazer conhecer,Bendito seja o Senhor!”
Sabes, Pai
sabes, pai
o cachecol bege nos muros da foz
cobria as árvores com o seu pêlo, ao vento
o boné azul, marinheiro nos cabelos louros
sussurrava pequenas frases às silentes águas
o teu sorriso tão leve, enternecia o rosto
esses óculos, teu cabelo nas tardes de sol
ou o barco encalhado na areia breve
junto ao castelo onde nos passeávamos
eu tu a mãe, duas ou três falas e o meu corpo
que se chegava a vós junto à estrada
nestes muros da foz, abertos ao mar
que voava
Jorge Reis-Sá, in "A Palavra no Cimo das Águas"
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